terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Maratona 2010 - Eu Vou!

Parte III - Batalha de Maratona
Planilha de treinamento retirada de site grego, pronta e já verificada por amigos formados em educação física com diversas recomendações e alterações. Note-se que todos se pronunciaram quanto à duração do treinamento, muito extensa, fazendo colocações quanto à forma de sua execução e propondo em razão de sua extensão na divisão em etapas com pré-objetivos a serem alcançados. Vale lembrar que me foi recomendado ainda a inclusão de provas, inicialmente de no máximo 10Km a partir de março, e algumas de 21Km em meados de julho e agosto, durante a realização dos treinos mas sempre utilizando destas provas como instrumento de apreciação somente quanto aos aspectos de condicionamento físico e resistência. Em breve estarei publicando os treinamentos (planilha) referentes ao mês de Janeiro, Fevereiro e março/10. Importante ressaltar que esta planilha tem sua aplicação voltada para pessoas que estão iniciando a prática esportiva e tem ainda como característica o acúmulo gradual de condicionamento físico partindo de um início extremamente básico.
Mas agora vamos a mais um pouco de conhecimento sobre Maratonas:
Considerada a madrinha de todas as modalidades dos jogos Olímpicos, a Maratona teve origem na Grécia antiga e muito se especula sobre sua origem.
Diz à lenda que no ano de 490 A.C. os gregos haviam vencido os persas na batalha de Maratona e coube a Pheidippides a tarefa de levar a boa notícia até a cidade de Atenas. Ele correu aproximadamente 35 km da planície da Maratona até Atenas e ao chegar só teve fôlego de anunciar "vencemos" e caiu morto!
Na verdade não existe prova desta lenda, mas a história era boa e inspirou a competição que foi realizada pela primeira vez na Olimpíada de 1896 em Atenas.
Mas a história real é ainda mais incrível. Se você achou notável um mensageiro correr 35 km subindo desde a planície de Maratona até Atenas, espere pela verdadeira história.
Na verdade Pheidippides foi encarregado de uma tarefa mais árdua e importante. Quando os Persas estavam chegando à Grécia para destruir Atenas, coube a ele ir até Esparta, a 240 km de distância, pedir reforços. Ele foi correndo!
Isso mesmo, correndo. Como o caminho era irregular para os cavalos, somente um mensageiro corredor poderia cobrir a distância em tempo. Pheidippides correu então em dois dias, os 240 km por terreno irregular, só para chegar a Esparta e receber um não como resposta. Os espartanos estavam comemorando o festival de Artemis e se recusaram a ajudar. Lá veio Pheidippides de volta a Atenas com a má notícia, correndo novamente.
Se você acha que Pheidippides era um caso a parte, saiba que foi através da corrida que os atenienses venceram os Persas.
Não era só Pheidippides quem corria. A preparação física era fundamental no exército ateniense e graças à corrida que eles derrotaram os Persas em Maratona.
O plano persa era simples: desembarcar na planície de Maratona, derrotar o pequeno exército ateniense e então dar a volta pela costa para invadir Atenas pelo sul, desprotegido.
Eram menos de 10 mil atenienses que sabendo da má notícia trazida por Pheidippides, resolveram fazer um ataque rápido ao exército de mais 25 mil persas que haviam desembarcado na planície de Maratona.
O ataque surpresa foi um sucesso e os persas foram expulsos de volta aos seus barcos. Aí começou a segunda fase do plano persa: navegar por 8-10 horas até a praia de Phaleron que acreditavam estar desprotegida.
Foi aí que os atenienses precisaram usar de todo o seu preparo físico. Depois de uma batalha que havia durado um dia inteiro, eles teriam que correr aproximadamente 40 km até Phaleron para impedir o desembarque persa.
Nesta maratona os primeiros atenienses conseguiram alcançar Phaleron entre 5-6 horas e, uma hora antes dos barcos persas chegarem, os gregos já estavam na praia prontos para a batalha. Esta corrida foi decisiva para a vitória.
Os persas não acreditaram em seus olhos quando, ao chegar a Phaleron avistaram o exército ateniense. Apesar de serem mais numerosos ficaram atemorizados pelos atenienses que pareciam verdadeiros super-homens. A frota persa navegou mais alguns dias procurando em vão um porto seguro para desembarque e então se retiraram.
Ou seja, as corridas chamadas de maratona rememoram e homenageiam a façanha (possivelmente lendária) de Pheidippides. Com esse nome, passaram a ser disputadas a partir das primeiras Olimpíadas modernas, realizadas em Atenas, em 1896, cobrindo a distância que separa a capital da Grécia da cidade de Maratona, que não chega a 40 km. Os 42.195 m atuais foram estabelecidos nos jogos olímpicos de Londres, em 1908, para permitir que a família real assistisse do Palácio de Windsor, o início da corrida.
A primeira maratona anual foi na cidade de Boston, nos Estados Unidos, a partir de 1897. Várias cidades aderiram gradualmente à prática em todo o mundo.
Quando Coubertin estava idealizando os Jogos olímpicos de 1896 o filólogo Michel Bréal sugeriu a realização de uma prova de Maratona a Atenas e ainda ofereceu uma Taça de Prata para ser dada ao ganhador da prova imitado pelo milionário Georgios Averoff que também ofereceu um Vaso antigo e dizem que ainda deu 1 milhão de dracmas ao ganhador.
Não posso deixar de colocar para terminar esse capítulo um texto que encontrei na net e que me motivou muito nessa minha decisão de correr na Grécia. Vale à pena ler!
“Sempre sonhei em correr uma maratona, mas queria que a primeira fosse especial. Por isto, há um ano, me empolguei com a idéia lançada por Lula Holanda, líder da Associação dos Corredores da Jaqueira (Acorja), que é uma associação informal de apaixonados pela prática da corrida. O grupo tem este nome porque nasceu entre os freqüentadores do Parque da Jaqueira, em Recife.
Ele teve a idéia de formar um grupo para participar da Maratona de Atenas (www.athensclassicmarathon.gr), cujo percurso é o mesmo da primeira maratona da história, criada para homenagear o soldado Pheidippides, que teria corrido de Maratona a Atenas para anunciar a vitória dos atenienses sobre os persas e morrido após percorrer os 42 km e transmitir a mensagem.
Desde que a idéia surgiu, empolguei-me com a possibilidade e comecei a me preparar, pois até então só havia participado de corridas de 10 km e de meias-maratonas, como as do Rio, Recife e Salvador, e da Volta da Pampulha. Por isso, antes da viagem estava muito ansiosa e nervosa, insegura quanto ao meu desempenho na prova. Esperava conseguir concluir a maratona em torno de cinco horas.
Meu sonho começou a se realizar quando eu e meu marido conseguimos viabilizar a nossa participação no grupo, formado por oito inscritos para a maratona (eu, Lula, Juliana, Jaqueline, Julio, Frade, Paulo e Azevedo), três para a corrida de 10 km (Edilson - meu marido, Bete e Luciano), e mais 4 acompanhantes, que nos deram o máximo apoio.
Na manhã da maratona, dia 9 de novembro, nosso grupo se dirigiu ao local da largada em clima bastante festivo e contagiante, sendo saudado e cumprimentado por muitos, como sempre acontece quando nos identificam como brasileiros. Na hora da largada, me senti bastante tranqüila, mas não pude evitar a emoção de estar participando de momento tão especial junto aos meus amigos. No início, procurei conter minha empolgação, administrando o fôlego para concluir a prova.
Sem urso nas costas. A cada 10 km eu dedicava a etapa a um grupo de pessoas que considerava especial para mim,e que haviam, de alguma forma, contribuído para aquele momento: a turma da Jaqueira; meu marido e minhas filhas; e os demais familiares e amigos. Os últimos 12 km dediquei a mim mesma, pois acreditava que estes seriam os mais difíceis e sabia o quanto havia me sacrificado para alcançá-los. Entretanto, devo dizer que me surpreendi, pois nestes últimos quilômetros senti uma energia que não sei dizer de onde vinha, que parecia vir dos deuses do Olimpo, pois me pareceram os mais leves. Sempre se diz que a partir dos 32 km parece que estamos levando um urso nas costas, mas comigo acontecia exatamente o contrário: sentia como se o urso estivesse me carregando.
À medida em que me aproximava do estádio, minha emoção e alegria aumentavam. As pessoas me saudavam, gritando "Bravo!" e "Brasil!", ao reconhecerem minha nacionalidade pela camisa que usava, ao mesmo tempo em que eu retribuía, batendo palmas e levantando os braços, o que me dava ainda mais energia. Ao entrar no Estádio Panatinaikos, senti uma emoção indescritível. Eu parecia uma verdadeira heroína, ao ouvir o público me saudando. Minha energia duplicou e minha emoção explodiu em um choro de felicidade, ao cruzar a linha de chegada e ver meu marido e meus amigos gritando pelo meu nome.
Sem exagero, devo dizer que minha primeira maratona foi bem menos difícil e bem mais gratificante do que imaginei. Agora estou batizada e pronta para novas conquistas. Que venham mais e melhores maratonas, pois agora sei que tudo é possível.
ORGANIZAÇÃO EXCELENTE. A prova foi muito bem organizada. A cada 2,5 km, havia postos de distribuição de água, isotônicos, barras de cereal, bananas e esponjas para hidratação. Além disso, em cada posto havia equipes de assistência médica com todos os recursos necessários, tais como médicos, massagistas e equipamentos. Por fim, a cada 5 km havia banheiros.
O dia amanheceu muito frio (para nós do Recife...). Quando nos deslocamos para o Panatinaikos para pegar o ônibus para a largada, às 6h30, fazia 12 graus. Entretanto, quando a corrida começou, às 9h, a temperatura já era bastante agradável, com sol e por volta de 18 a 20 graus. E permaneceu assim durante toda a corrida. Todos os corredores tinham que se dirigir por conta própria para o Estádio Panatinaikos até às 7h, onde pegariam os ônibus até o local de início, na cidade de Marathonas. Durante todo o percurso as ruas estavam interditadas e isoladas, sem possibilidade de acesso de veículos não autorizados. A título de informação, fiquei em 2477º lugar, entre 3825 que terminaram a maratona, com tempo bruto de 4h38 e líquido de 4h35.
Recebemos cartões para transitar gratuitamente pela cidade durante 5 dias (de 7 a 11/11), usando o sistema público de transporte (metrô, ônibus e trem). Por falar nisto, uma das curiosidades da cidade é que o acesso ao metrô não tem catracas, apenas equipamentos de validação do ticket, o que quer dizer que se pode pegar o metrô mesmo sem ticket. “Mas se o espertinho for flagrado pela fiscalização sem o ticket pode até ser preso.”
Marinês Melo
Com isso encerramos nosso primeiro capítulo que tratava de conhecimentos sobre a Grécia para fins de motivação. Agora entraremos literalmente no capítulo 2 que tratará de treinamentos e sobre pontos turísticos a serem visitados na região helênica.
Abraços
Marildo Nascimento

4 comentários:

  1. Essa coletânea de posts sobre a MAratona vai dar um excelente livro!!! Fechando com suas fotos e o relato magistral da prova.

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  2. Ola, somos a Agencia Oficial para a Maratona de Atenas 2010. Comemoração de 2500 anos da lenda de Maratona. Visite o site www.maratonadeatenas.com.br ou www.maratonaclassicadeatenas.com.br

    Feliz 2010 !
    Alessandro

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  3. Oi, Marildo! Boa sorte nos treinos e vamu ki vamu! 2010 vai ser especial para todos nós! Um abraço e muito obrigada pela sua amizade!

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  4. Tô falando! Taí mais um ótimo texto, muito interessante, que nos traz um bocado de aprendizado. Siga a saga, amigo Marildo! Estamos todos acompanhando e torcendo por você.

    Grande abraço, obrigado pela companhia e incentivo em 2009. Tenha, ao lado de sua família e amigos, uma excelente virada de ano e um 2010 de muita saúde e alegria.

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