terça-feira, 23 de abril de 2013

VO2 Máximo você sabe o que é e para que serve essa medição?



Uma dúvida que aparece bastante entre corredores é sobre o VO2 máximo. O que é, para que serve e qual a diferença entre homens e mulheres costumam ser as perguntas mais frequentes.
O VO2 máximo é o volume máximo de oxigênio que o corpo consegue “captar” do ar que está dentro dos pulmões, levar até os tecidos através do sistema cardiovascular e usar na produção de energia, numa unidade de tempo. Este valor pode ser obtido indiretamente (através de diferentes testes, cada qual com seu protocolo e suas fórmulas) ou diretamente (pelo teste ergoespirométrico). Em nosso site www.4corredores.com.br na página “Cálculos” você pode calcular seu VO2 Estimado.
O teste ergoespirométrico, muito conhecido por grande parte dos corredores, é aquele em que o corredor faz durante algum tempo na esteira com uma máscara no rosto e um monte de eletrodos no corpo. Nesse exame, além do VO2 máximo, encontram-se também os limiares anaeróbicos L1 e L2, que servem como parâmetro para a definição do treinamento e são ainda normalmente fornecidos em velocidade e ou frequência cardíaca – FC.
Com essas informações é possível definir um treino mais estruturado e objetivo. Pode-se trabalhar com a Frequência Cardíaca adequada ou com a Velocidade de corrida abaixo do L1 de maneira regenerativa ou entre L1 e L2 de maneira aeróbica.
O corredor pode se manter num ritmo maior caso mantenha-se por bastante tempo acima do L2 considerado intenso e anaeróbico. Quanto mais longe do L2, menor será o tempo que o corredor conseguirá manter o seu ritmo.
Com os dados obtidos no teste ergométrico, você poderá planejar melhor seu treino de acordo com seus objetivos pessoais, entretanto engana-se quem acha que o VO2 máximo é uma variável como a Frequência Cardíaca, que você pode medir com um frequencímetro. O VO2 máximo é usado para medir o quão está condicionado e o quão se pode condicionar o indivíduo.
Vale lembrar que existem várias diferenças fisiológicas entre homens e mulheres. E o VO2 máximo é uma delas. Estatisticamente falando, o das mulheres costuma ser de 10 a 15% menor que o dos homens.
O VO2 máximo costuma ser o melhor índice fisiológico para classificação e triagem de atletas e mais, normalmente é genético, não podendo ser melhorado muito acima de 20 ou 30%. Além disso, alguns outros fatores também influenciam no seu valor, tais como:
Taxa de Gordura: Quanto maior a taxa de gordura do indivíduo, menor seu VO2 máximo;
Idade: Quanto maior a idade, menor o VO2 máximo;
Musculatura: Quanto maior a musculatura, maior o VO2 máximo.
Outra coisa importante a ser dita e que vale a pena ressaltar é que se o indivíduo for sedentário, provavelmente, com o início de treinamento, poderá ter seu VO2 máximo melhorado em até 30% rapidamente. Já um atleta bem treinado, dificilmente conseguirá melhorar seu VO2 máximo, ou seja, quanto mais treinado for o indivíduo, menos ele consegue melhorar seu VO2 máximo, às vezes nem 1%. Porém, vale lembrar que mesmo sem aumentar seu consumo máximo de oxigênio, o desempenho deste indivíduo pode melhorar.
Imagine uma pessoa sedentária que decide virar atleta profissional. Ele faz inicialmente um teste ergoespirométrico e seu VO2 máximo fica em torno de 35mL/kg/min, o que não é uma marca ruim para um sedentário. Por ser sedentário, seu VO2 máximo pode aumentar por volta de 30% com o treinamento, o que daria um valor aproximado de 45mL/kg/min. Este valor de VO2 máximo seria bom se comparado à população em geral, mas encontra-se muito abaixo do índice dos melhores atletas profissionais, que gira em torno de 70mL/kg/min. Isso significa que dificilmente ele conseguirá uma performance diferenciada e algum resultado expressivo em provas. Mas isso não significa que esta pessoa não possa vir a completar uma maratona. E mais, se continuar com os treinos, consegue até superar suas próprias marcas, durante algum tempo. É pelo fato do VO2 máximo ser genético, que algumas pessoas, com apenas alguns treinos, conseguem alcançar  resultados que para nós, só com muito treino e às vezes, nem assim.
Abraços
Marildo Nascimento

terça-feira, 16 de abril de 2013

Para onde caminha a nossa humanidade?



Nesses últimos tempos coisas muito ruins vêm acontecendo e o descontrole da humanidade é total. Em São Paulo, assassinato de um jovem de 19 anos por causa de um celular, no Rio de Janeiro estupro no interior de uma van de uma jovem estrangeira que ainda foi vítima de tortura e agressões, em Minas Gerais delegado da Divisão de Polícia Especializada da Mulher, Idoso e Deficiente Físico de Belo Horizonte é suspeito de tentar matar a namorada de 17 anos com um tiro na cabeça, em Fortaleza briga de torcidas antes do jogo Ceara e Fortaleza termina em duas mortes, isso sem falar na morte do garoto Kelvin Beltran Espada no jogo do Corinthians na Bolívia pela Libertadores e na tragédia de Santa Maria com mais de 240 mortos e agora 3 bombas explodem na cidade de Bostom durante a realização da Maratona, em razão de um atentado terrorista causando 3 mortes e deixando mais de 130 pessoas feridas.
O que será que está fazendo com que as pessoas ajam dessa forma? Acordei hoje pensando muito sobre tudo isso e não consigo chegar à conclusão alguma. Quando era pequeno sempre ouvia que o bem sempre prevalecerá sobre o mal, custe o que custar, entretanto agora sinto que isso não é uma verdade. Na realidade o mal existe e está aí para todo mundo ver e o bem... Já era! Parece não existir nenhum tipo de preocupação com o semelhante. As pessoas só pensam nelas e buscam de qualquer maneira o enriquecimento se utilizando de todas as formas possíveis para alcançar. Políticos se utilizam de seus cargos para angariar benefícios próprios e a corrupção virou algo habitual, ninguém mais estranha esse tipo de comportamento e alguns até acham normal e buscam isso para si. Ser honesto agora é algo extraordinário quando deveria ser uma obrigação!
Tenho vergonha de ser humano. Pertencer a uma raça que se diz racional. Você conhece algum animal que tenha esse tipo de comportamento? Às vezes penso que nada tem mais jeito e que viver pode não ser um prêmio e sim um castigo. Enquanto uma pessoa procura ajudar, muitos atrapalham e por vezes até se divertem com isso.
Correr para mim sempre foi algo que me deixava feliz. Sensação de total liberdade, de remissão dos pecados. Ter a companhia de meus parentes e amigos apoiando então era algo que me realizava, entretanto agora após esse incidente nos EUA, fico pensando a carga de culpa que eu carregaria para o resto de minha vida se um dos meus estivessem me esperando chegar para me abraçar e parabenizar e em razão de um atentado idiota como esse estivessem agora marcados para sempre por essa infelicidade? Tudo parece ter perdido a graça! Por que isso? Será que alguém terá coragem de ir correr a Maratona de Nova York e deixar seus parentes aguardando na chegada? Em que local teremos segurança para correr ou viver sem que isso aconteça?
Quando é que vamos iniciar um processo de mudança radical na forma de agir e pensar? Quando é que vamos respeitar o próximo e seguir os ensinamentos cristãos de maneira a viver uma vida sem injustiças e sem criminalidade? De que vale viver desta forma atual se as tristezas e comoções são maiores que as alegrias? Fica aqui registrado minha indignação!

Marildo Nascimento

quinta-feira, 4 de abril de 2013

A Fisiologia do Lactato e o Treinamento Esportivo



O que é Lactato?
Lactato é um composto orgânico produzido naturalmente no corpo humano e também utilizado como fonte de energia para atividades físicas em gerais. O lactato é encontrado nos músculos, no sangue, e em vários órgãos. A presença de lactato é necessária para que o corpo funcione propriamente.
De onde vem o Lactato?
A principal fonte de produção de lactato é a quebra de carboidratos chamados de glicogênio. Glicogênio se quebra em uma substância chamada piruvato e produz energia. Geralmente esse processo é referido como Energia Anaeróbia devido a não utilização de Oxigênio. Quando piruvato se quebra ainda mais, esse processo produz ainda mais energia. Esta energia é chamada de energia aeróbia devido a utilização do Oxigênio. Se o piruvato não se quebra, este geralmente é transformado em lactato.
Por que Lactato é produzido?
Quando o piruvato é produzido, as células musculares tentam utilizá-lo como energia aeróbia. Porém, se as células não são capazes de utilizar todo o piruvato produzido, este se transforma quimicamente em lactato. Algumas células possuem grande capacidade de utilização de piruvato para energia aeróbia enquanto outras possuem uma capacidade limitada. Com o treinamento, as células musculares são capazes de se adaptar a uma maior utilização de piruvato e menor produção de lactato.
Quando Lactato é produzido?
O lactato está presente no corpo humano quando em repouso, e também durante nossas atividades diárias, apesar de serem níveis muito baixos. Enquanto você lê este documento, o lactato está sendo produzido. Porém, quando a atividade física aumenta em intensidade, também aumenta a produção de piruvato de forma rápida. Devido a sua rápida produção, nem toda a quantidade de piruvato pode ser utilizada para energia aeróbia. O excesso de piruvato então transforma-se em lactato. Está é uma das razões porque lactato é um importante indicador de treinamento. Quando lactato é produzido, isto é uma indicação de que a energia aeróbia está sendo limitada durante a atividade.
Quanto mais intensa for a atividade, maior será a produção de lactato. Um maior número de fibras musculares são recrutadas. A maioria dessas fibras não são utilizadas durante repouso ou atividade física leve. Muitas dessas fibras também são fibras de contrações rápidas que não tem a capacidade de utilizar piruvato a mesma proporção que o mesmo é produzido e, portanto, grande quantidade de piruvato acaba sendo transformado em lactato.
Para onde vai o Lactato?
O lactato é uma substancia dinâmica. Inicialmente quando é produzido, o lactato tem a tendência de sair do músculo onde se encontra, e acaba entrando em outros músculos vizinhos, na corrente sanguínea, ou no espaço entre células musculares contendo uma menor concentração de lactato. O mesmo pode rumar para outros músculos ou até em algum outro lugar no corpo.
Quando o lactato é recebido em um músculo qualquer provavelmente será transformado novamente em piruvato para ser utilizado como energia aeróbia. O treinamento aumenta a produção das enzimas que são responsáveis pela conversão de lactato em piruvato e vice-versa. O lactato pode ser utilizado como combustível pelo coração, e também pode ser convertido novamente em glucose e glicogênio no fígado. O lactato pode se mover rapidamente de uma parte do corpo para outra. Há algumas evidências em que certas quantidades de lactato podem também ser transformadas em glicogênio nos próprios músculos.
Normalmente, os músculos que tem a capacidade de utilizar piruvato como fonte de energia, buscam o mesmo na reserva armazenada pelo próprio músculo. O lactato pode também ser transportado pela corrente sanguínea aos músculos relativamente inativos, como os braços de um corredor.
O Lactato é nocivo?
Sim e não, predominantemente não. Quando o lactato é produzido nos músculos, íons de hidrogênio também são produzidos em excesso. Se houver um grande acúmulo destes íons, o músculo torna-se ácido, causando problemas nas contrações musculares durante exercício físico. Atletas descrevem este fenômeno como uma sensação de "queimação" ou "endurecimento" assim como uma redução no nível de performance. A grande maioria destes íons de hidrogênio são produzidos juntos com o lactato, e na verdade o lactato não causa fadiga muscular, mas sim o aumento do nível de acidez muscular.
Apesar de não ser uma sensação agradável para o atleta, a "queimação" ou "endurecimento" são mecanismos de defesa contra a danificações musculares. Altos níveis de acidez podem danificar as fibras musculares de forma séria. Também existem algumas especulações de que o "overtraining" é causado por constantes treinamentos que produzem altos níveis de acidez.
Como medir o nível de Lactato?
A grande maioria das medidas de lactato utilizam amostras sanguínea, apesar de alguns pesquisadores terem usado amostras musculares. Existe uma relação entre o lactato muscular e o lactato sanguíneo. Quando uma amostra de sangue é utilizada, a quantidade de lactato no sangue é expressa como uma concentração de milimols por litro. Como exemplo, os níveis de lactato em humanos durante repouso estão geralmente entre 1.0 mmol/l e 2.0 mmol/l. Os níveis de lactato em alguns atletas já foram encontrados entre 25.0-30.0 mmol/l apesar de níveis tão altos serem raros.
Deve o atleta se interessar por Lactato?
Sem dúvida por duas razões:
Primeiro, se um atleta conseguir reduzir a produção de lactato ou reduzir o período necessário para eliminação do mesmo, ele também reduzira a produção e eliminação dos íons de hidrogênio que afetam o nível de performance muscular. Recentes pesquisas indicam que apesar de reduzir a produção do lactato ser um fator importante, talvez mais importante ainda seja o fator da redução do período necessário para "remover" o lactato dos músculos. Quando o atleta está bem treinado, o corpo se torna capaz de transportar o lactato produzido para um outro local qualquer, e diminuindo assim o problema de alta concentração de lactato no mesmo músculo. Isto quer dizer que o atleta será capaz de manter um alto nível de intensidade por mais tempo se o corpo está treinado a "remover" o lactato de forma rápida.
Segundo, em eventos em que a duração é menor de dez minutos (natação - velocidade e meio-fundo, remo, atletismo, ciclismo - alta velocidade, e muitas provas de corrida), a habilidade de produzir grandes quantidades de energia na parte final destes eventos é crítica para o desempenho de alto nível. A presença de lactato no sangue indica o nível de energia que está sendo produzida. Portanto uma das maneiras mais efetivas para se testar o nível de energia que o atleta é capaz de produzir na parte final de certo evento, é medir a quantidade de lactato no sangue depois de um esforço máximo. Quanto mais alto, melhor.
O que significa o termo "remoção"?
O termo "remoção" pode ser utilizado para descrever os efeitos de dois processos diferentes mas interligados.
Primeiro, o termo "remoção" é utilizado como referência ao processo pelo qual o lactato é removido dos músculos. Evidências desse fator podem ser vista pelo aumento dos níveis de lactato no sangue quando o mesmo abandona o músculo onde foi produzido. Esse processo é também esperado considerando-se que lactato se direciona partindo de áreas de alta concentração do mesmo, para áreas de menor concentração.
Segundo, o termo "remoção" também refere-se a remoção do lactato da corrente sanguínea (Vide parágrafo acima sobre "Para onde vai o Lactato?"). Este processo é também chamado de desaparecimento do lactato. Quando o lactato é observado no sangue do atleta, o técnico está, na realidade, observando uma combinação dos processos de produção e remoção. Durante um "estado de equilíbrio", a produção e remoção do lactato se cancelam, e, portanto não há acúmulo. A limpeza do lactato do sangue auxilia na limpeza de lactato nos músculos, os quais são os mais afetados. Este é um dos conceitos mais importantes para o treinamento.
O que significa o "estado de equilíbrio"?
Quando o atleta pratica certo exercício a um ritmo e velocidade constantes por um longo período de tempo, o mesmo atleta está realizando um treinamento em estado de equilíbrio. Os níveis de lactato durante este período podem flutuar um pouco no início da atividade, mas eventualmente se equilibram em um nível constante. Alguns técnicos definem treinamento em "estado de equilíbrio" como aqueles em que o batimento cardíaco é constante. Porém, ambos os tipos de treinamento não produzem os mesmos efeitos fisiológicos.
O máximo estado de equilíbrio em velocidade ou esforço que produz um nível fixo de lactato é chamado de Limiar Lático.
O que representam os níveis de Lactato para o atleta? -
O acompanhamento dos níveis de lactato possuem duas utilizações de alta importância:
Primeiramente, o lactato é um dos melhores indicadores da evolução do treinamento. Existem três áreas de importância em que a análise do lactato assume grande relevância.
SISTEMA AERÓBIO - Uma das melhores medidas do sistema aeróbio é a velocidade ou esforço físico no nível de Limiar Lático. Outro método é utilizar um ponto fixo de referência como 4 MMOL/L de lactato. Alguns programas medem o esforço e velocidade necessários para se produzir 4 MMOL/L, mantendo um controle frequente dos resultados. Quanto maior a velocidade ou esforço necessário para se produzir o mesmo nível de lactato, mais eficiente se torna o sistema aeróbio.
SISTEMA ANAERÓBIO - Níveis máximos de lactato têm sido aceitos como a medida da quantidade de energia sendo produzida pelo sistema anaeróbio. Quando um atleta executa certa atividade a um esforço máximo, grandes quantidades de lactato são produzidas. Em condição igual, quanto mais treinado é o sistema anaeróbio, maiores os níveis de lactato produzidos em um esforço máximo. Por exemplo, se o atleta consegue aumentar a quantidade de lactato produzida sob um esforço máximo de 10 MMOL/L para 13 MMOL/L, considerando condições iguais, o mesmo atleta será capaz de completar certa distância em tempo menor.
RELAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS AERÓBIO E ANAERÓBIO - Também considerada como medida importante, porém menos utilizada como indicador de adaptações atléticas. A maneira mais eficiente para análise dessa relação é um teste físico gradual. Este é descrito pela razão de acúmulo de lactato no sangue em relação à intensidade do exercício. Dependendo do esporte ou evento, esta medida pode ser tão importante quanto às duas anteriores: dois atletas podem produzir níveis de lactato em razões diferentes quando a intensidade do esforço físico é elevada gradualmente. Em eventos ou esportes que requerem abundante participação do sistema anaeróbio, quanto mais lenta a acumulação de lactato, melhor a performance. Se dois atletas apresentam resultados similares nos testes dos sistemas aeróbio e anaeróbio, mas também apresentam consideráveis diferenças na razão de acúmulo de lactato, os mesmos atletas produzirão resultados diferentes. O atleta que possui uma tendência de lento acúmulo apresentará melhores resultados.
O lactato é a melhor medida de intensidade de treinamento. A presença de lactato no sangue é uma indicação de que o sistema aeróbio não está sendo capaz de suportar a demanda de energia necessária para se completar a atividade. O objetivo do técnico é que o treinamento produza o stress necessário no metabolismo, nem acima e nem abaixo.
Similarmente, se o objetivo é o treinamento do sistema anaeróbio, a quantidade de lactato produzida é indicativa do sucesso do treinamento ou série específica.

Texto retirado do site www.lactate.com/ptlact1a.html#return1