terça-feira, 12 de julho de 2011

TRIGLICERÍDIOS: ENERGIA CONCENTRADA

Em razão dos meus últimos resultados nos exames de triglicerídios resolvi fazer um estudo a respeito deste assunto e estou impressionado com o que observei. Vale dar uma lida no texto a seguir para compreender um pouco sobre a importância desse assunto no que se refere a treinamentos, principalmente aqueles que envolvem médias e longas distâncias e ao consumo de carboidratos por portadores de diabetes.

“Os químicos se referem às gorduras (e óleos) como triglicerídios, pois cada molécula consiste de uma unidade de glicerol e três de ácido graxo. Os triglicerídios armazenados no corpo contêm uma mistura de ácidos graxos saturados e insaturados e um conteúdo energético de aproximadamente, 35KJ/g o correspondente a mais de duas vezes a energia do glicogênio. Pode-se dizer ainda que os triglicerídios estão armazenados “a seco”, de modo que são, de longe, a forma mais eficiente de substrato energético. Isso é particularmente benéfico para o corredor de longa distância, que não pode armazenar a quantidade suficiente de glicogênio para estes exercícios de duração prolongada. É, entretanto, o elevado conteúdo energético da gordura que faz que a redução do peso durante períodos de “regime” seja muito difícil.
A gordura é armazenada principalmente em células especiais, chamadas adipócitos, cada uma das quais contém uma gotícula de triglicerídio que ocupa quase a célula inteira. Estas células se agrupam para formar o tecido adiposo, cuja função principal é armazenar energia química. Tecido adiposo é encontrado abaixo da pele, em torno de órgãos importantes como coração e rins, na cavidade abdominal e entre os músculos. Normalmente um homem médio, de 70Kg, armazenará 8Kg de gordura; e uma mulher média de 60Kg, cerca de duas vezes mais. A grande capacidade de armazenar gordura, associada ao seu maior conteúdo energético, significa que um homem médio armazena gordura suficiente para viver 6 (seis) ou mais semanas em jejum ou correr sem parar por 3 dias e noites num mesmo ritmo. A razão para o uso lento da gordura é que este substrato não é solúvel em água. Assim, para que possam ser transportados no sangue, eles devem ser combinados com proteínas, uma associação que reduz a velocidade de sua captação pelo músculo.
O tecido adiposo dentro dos músculos é mais metabolicamente ativo e prontamente remove triglicerídios do sangue para armazenamento. Ele é particularmente sensível à ação dos hormônios do “exercício” – adrenalina, noradrenalina e insulina -, de modo que este depósito fornece a maioria dos ácidos graxos para os músculos dos atletas que treinam intensamente.
Assim, o atleta tem dois tanques de substrato energético: um pequeno, nos músculos, que contém glicogênio e pode gerar ATP (trifosfato de adenosina) rapidamente, e um muito maior, contendo gordura, que pode ser consumida gradativamente, mas que fornece ATP (trifosfato de adenosina) numa taxa correspondente à apenas a metade do número máximo de carboidratos.
O armazenamento de energia é possível sempre que o conteúdo de energia química dos alimentos ingeridos exceder a atual demanda. Ainda que ambos os “tanques” de substrato energético possam ser enchidos a partir de alimentos contendo carboidratos, o “tanque” de carboidratos não pode ser enchido a partir da gordura dos alimentos, uma vez que o corpo humano não tem meios de converter a gordura em carboidratos. Conseqüentemente, é importante que corredores, especialmente de média e longa distância, comam alimentos apropriados, em horas apropriadas, para manter seus “tanques” de glicogênio o mais cheio possível.
Durante o período imediatamente posterior ao exercício, a necessidade de ATP (trifosfato de adenosina) é, sem dúvida, muito menor do que durante o exercício, mais ainda acima no nível de repouso, provavelmente por causa da energia despendida no reparo de danos causados pelo exercício para converter glicose em glicogênio no músculo e reajustar o metabolismo corporal no nível de repouso. Tais taxas moderadas de geração de ATP (trifosfato de adenosina) são facilmente satisfeitas pela oxidação de gordura, de modo que qualquer glicose disponível especialmente aquela derivada dos carboidratos nos alimentos, possa ser convertida em glicogênio para repor os tanques desta reserva. Mas esta alta taxa de oxidação de gordura ocorre, apenas, durante um curto período de tempo (de 2 a 3 horas) após o término do exercício. Esse é o tempo, portanto de consumir o máximo de carboidratos possível para que eles se convertam em glicogênio durante o exercício.”

Após esse estudo, entendi agora perfeitamente por que meu médico somente me autorizou a comer carboidratos na primeira meia hora após meu treinamento, uma vez que nesse período de tempo é que a glicose derivada dos carboidratos é convertida em glicogênio, não afetando desta forma meu nível de glicose que proporcionam à diabetes que tenho. Vamos continuar estudando, para ver se consigo entender melhor o porquê de meus exames de sangue apresentarem resultados tão divergentes.


Abraços

Marildo Nascimento

3 comentários:

  1. E aí MArildo, bom texto, é mto bom ficarmos ligados, tbm tenho pre-diabetes, mas controlei zerando o açucar e comendo massas "integrais", vamos treinando e afastar esse mal. Valeu

    corridaderuams.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. Texto interessante e esclarecedor, Marildo. Obrigado por compartilhá-lo conosco.

    Abraço!

    ResponderExcluir
  3. Grande Marildo. Foi uma notícia muito boa saber que você nos dará a honra de sua presença na Sede Mundial Baleias na Volta da Pampulha. Esperamos com muito gosto nosso encontro. Abraço forte. Miguel Delgado.

    ResponderExcluir

Faça um Comentário Legal