terça-feira, 7 de julho de 2009

Meia Maratona das Cataratas – Um sonho realizado!

Chegar a Foz na quinta feira (02/07) para correr uma Meia Maratona era um sonho que me vinha perturbando há algum tempo. Sem saber como seria a prova, os 21.098 km me assustavam muito. Obtive informações de amigos de que a prova não era fácil em razão de seu percurso cheio de subidas e descidas. Para um cara que treina só no plano e que não estava conseguindo fazer nem 13 km, o desafio seria imenso.
Bem, mas nem sempre as coisas são como a gente acha que serão. Minha viagem foi tranqüila e o fato de eu ter ido acompanhado de mulher e filha foi algo muito agradável e que distraiu muito na hora do vôo tanto na ida como na volta, afastando assim o possível medo do avião. Na chegada em Foz do Iguaçu logo fui surpreendido pela forma como funcionam os taxis da região. Conforme informação local os taxis são regulados naquele local pela prefeitura e o valor é definido por um responsável. Logo senti que a coisa não seria fácil... Cobraram-me R$ 25,00 para um percurso de menos de 4 minutos. Fiquei no Iguassu Holiday Hotel na Avenida das Cataratas, local da prova.
No hotel foi tudo como combinado, perfeito o atendimento e o quarto exatamente como me foi descrito. Esse hotel vale a pena ser utilizado quando da participação nessa corrida, pois além de seu preço ser bom ainda é possível parcelar e negociar um chorinho... Risos
Logo entrei em contato com a empresa Loumarturismo para obter um pacote que incluísse passeios pelo Paraguai, Argentina e o famoso Macuco Safári e posso garantir a vocês que não é nada fácil negociar com essa rapaziada. Você pode fazer também esses passeios com os taxistas ou mesmo alugar um carro, mas posso garantir que também não será nada fácil não ser explorado. O local explora literalmente o turismo! Não que isso esteja errado, pois a cidade só vive disso, mas acho que é preciso um pouco mais de classe para que o cliente fique feliz e não se aborreça. Deixa para lá... nada disso tem importância quando você estiver passeando no lado Argentino e vendo de frente as maravilhas brasileiras, ou mesmo quando você estiver dentro de um bote navegando em alta velocidade em direção das cataratas, se molhando todo e rindo muito de toda aquela situação. Adrenalina total... Imperdível!
O passeio no Paraguai para mim foi meio decepcionante, muita sujeira e pobreza. Os taxis de lá são verdadeiras sucatas! É preciso muito cuidado com as compras, pois falsificações é o que não faltam, e os preços não me pareceram muito diferentes dos praticados em São Paulo. Valeu mesmo foi o passeio e conhecer os nossos vizinhos mais de perto. A Churrascaria Rafain também é algo que não pode deixar de ser feito. Essa casa de espetáculo é excelente e o divertimento além da comida é algo que não pode ser desprezado
Tudo isso fiz na sexta e no sábado com muito sol, sendo que na noite de sábado não tive sequer energia para ir ao Jantar de massas no Mabú Hotéis & Resorts. Dormi que nem um anjo lá pelas 20 horas.
No domingo acordei por volta das 6 horas e tive uma grande surpresa. Estava chovendo... Nada muito forte, porém a temperatura estava razoavelmente baixa. O dia bastante escuro preocupava, já que eu teria de ir a pé até o local da largada, cerca de 1 km, por uma estrada totalmente sem iluminação. Tomei um café com muitas frutas vesti uma camisa de manga cumprida e coloquei por cima o manto sagrado dos “Matungos e Pangaré” feito especialmente para essa prova. Com shorts da Adidas, meia Lupo e tênis da Sprint, lá fui eu para a aventura que seria algo que tenho certeza jamais vou esquecer!
Logo na largada encontrei o amigo Guilherme que me procurou desde sexta para falarmos e por minha falta de inteligência, somente naquele momento estava comigo. Deixei meu celular desligado no cofre do hotel todos aqueles dias e me desculpei muito com ele por minha falha. O Guilherme é um grande amigo! Ficamos antes da largada falando sobre nossos outros amigos que poderiam estar ali conosco, mas que por “n” razões não compareceram. Naquela hora não era momento de lamurias e trocamos idéias sobre passeios e comentei com ele a loucura que ele estava fazendo de viajar de ônibus, no que ele me falou que havia viajado 15 horas para estar ali com os amigos. Depois me falou que iria voltar a São Paulo de avião e que a passagem estava marcada para aquele dia para aproximadamente meio dia. Lamentei o fato de ele não poder voltar conosco na segunda no vôo das 14 horas.
A largada da prova foi dada às 7 horas e 30 minutos e ainda estava noite, chuviscava. Corri ao lado do Guilherme quase 2 km e depois achei melhor manter o meu ritmo mais lento, pois queria correr essa prova toda sem caminhar. E assim foi... Lá pelos 4 km fui reconhecido por algum conterrâneo que passou gritando “tem cara de Santos na prova!” de imediato acenei e reparei que em sua regata estava escrito E.C. Tumiaru, clube da região da baixada. A entrada no Parque Nacional do Iguaçu no Km 9 foi só alegria. Muitas crianças com as mãos estendidas pedindo para que fossem saudadas foi algo emocionante.
Até o Km 13 parecia um sonho. Não sentia dores e estava conseguindo manter o ritmo dos meus treinos (6 m e 15 s). Parece algo psicológico, mas quando chego nessa etapa da meia, me bate uma vontade louca de abandonar tudo... Fico pensando: - O que estou fazendo aqui? Mas dessa vez não. Sentia-me muito bem e entendia perfeitamente o que eu estava fazendo ali... Divertindo-me muito! Não me lembro à última vez que me senti dessa forma recentemente.
No km 17 estava inteirão e resolvi apertar o passo. Entretanto, preciso comentar que nessa prova estreei meu relógio e cinta para controle dos batimentos cardíacos Suunto e para meu total desespero meus batimentos em razão das subidas naquele momento ultrapassaram o limite máximo estabelecido pelo relógio de 176 bpm. Assustei-me, pois logo em seguida vi um rapaz bem mais novo que eu cair e ser recolhido pelo atendimento médico. Olhei meu tempo e vi que conseguiria pela primeira vez chegar antes de 2 horas, mas imediatamente pensei em tudo que falo sobre correr apenas em busca de saúde e qualidade de vida e como seria desagradável se algo me acontecesse para minha mulher e filha e decidi que iria mais devagar sendo que meus batimentos em coisa de minutos voltaram a cada dos 160 bpm.
Do Km 18 ao final fui acompanhado por um rapaz de Foz de Iguaçu que muito me incentivava e que mencionava a importância de nossa participação na festa. Falou algo que ficou gravado em minha mente “A festa é feita por nós e para nós. Os atletas profissionais são algo a parte. Sem a gente isso seria muito sem graça”. Conheci no dia do embarque (06/07) a corredora Marily dos Santos que ficou em 2º lugar e foi a primeira brasileira na prova e para minha surpresa me falou que a corrida sem a nossa participação seria algo muito sem graça e que o bonito é ver aquela massa de pessoas chegando super feliz por ter conseguido terminar a prova. Nunca pensei que profissionais se importassem com nós pobres mortais... Mas estou errado. Eles vibram muito com a gente e adoram apoiar nossos projetos e incentivar nossa participação com responsabilidade. Essa menina, muito humilde, vai longe, pois além de grande corredora é uma grande pessoa. Fiquei muito feliz de conversar com ela, que conheceu minha mulher e filha e procurou nos momentos que ficamos no aeroporto conversando incentiva-lás a participar de maneira mais efetiva em outras provas.
A chegada foi linda! Uma última subida com uma bela descida até o tapete vermelho dos reis... Não sei por que toda vez que piso naquele tapete vermelho penso nisso... Agora vou ser recebido pelo rei... Risos e não dá outra... Sempre sou agraciado com uma medalha comemorativa de um reino por onde passei... E esse de Foz vai ficar para sempre em minha mente. Meu tempo foi de 2 horas e 15 minutos, corri a prova inteira, porém dessa vez senti que isso não tinha a menor importância, pois sei que, se eu quisesse poderia ter chegado bem antes, entretanto, posso afirmar que minha chegada foi muito tranqüila e que consegui ainda numa boa bater aquele papo com o amigo Guilherme que já havia chegado há muito tempo e que estava inclusive com frio em razão de estar todo molhado da chuva e com dificuldades de pegar seu material que ficou no guarda volumes.
A organização da prova esta de parabéns, pela água em muitos pontos da corrida, pelo hidrotônico dado até aos mais lentos durante a prova e no final, pela camiseta feita num tecido específico para corredores, pela medalha muito bonita e pelo bichinho de pelúcia (símbolo da prova) e CD das Cataratas dado a todos os corredores no dia da retirada do Kit que foi muito fácil e rápida.
Logo fui encontrado por minha mulher e filha que estavam me aguardando na chegada para aquele almoço no Restaurante Porto Canoas, isso depois de percorrer e tirar muitas fotos nas Cataratas que estavam muito cheias. À tarde ainda teríamos um passeio no Parque das Aves. Local também imperdível e que não deve deixar de ser visto.
Na segunda pela manhã ainda fomos à Argentina para últimas compras. Encerrada nossa viajem em Santos por volta das 21 horas com a presença de meus outros dois filhos que vieram nos buscar no ponto final da empresa Trans Litoral que nos trouxe de Guarulhos. Exceto a saudade dos filhos que ficaram, restou uma imensa vontade de agradecer a minha mulher e filha (aniversariante) pela companhia e aos amigos que inventaram essa maluquice toda... muito maravilhosa. Obrigado do fundo do coração rapaziada. Vocês foram ótimos! Agradeço muito inclusive aos amigos Fábio e Jorge pelo apoio de sempre e pelas palavras de incentivo. Essa viajem renovou totalmente meu espírito e meu corpo... Rejuvenesci pelo menos uns 5 anos... Risos ... Muitos risos

4 comentários:

  1. Marildo,
    Parabéns pela conclusão de mais uma meia maratona.
    Agradeço pelas referências.
    Muito grato pelo bate papo agradável do domingo.
    Boa semana para você.
    Ass.: Guilherme.

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  2. Parabéns pela participação na meia maratona, meu amigo Marildo ! Belo passeio, bela corrida e um relato melhor ainda. Fico feliz em saber que você aproveitou bastante esse final de semana em família e que correu com muita satisfação e alegria mais uma prova.

    Abraço,

    Fábio

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  3. ---------\\\\|/---------
    --------(@@)-------
    -o--oO--(_)--Ooo-
    Valeu meu amigo Marildo, tinha certeza que vc faria uma boa prova, Parabéns!!!
    Belo relato amigo...Viu eu não disse que tudo daria certo.
    Agora é sacanagem os taxistas cobrarem por 4 minutos 25 reais, um absurdo mesmo...

    Que venha o próximo desafio.

    Um abraço,

    Jorge Cerqueira
    www.jmaratona.blogspot.com

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  4. Marildo, maravilha de relato. Parabéns por concluir tão bem essa prova que não é fácil. Lendo seu relato entrei na prova. Lamento não poder estar ai nessa festa. Grande abraço.

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