Oi Marildo, tudo bem?
Eu queria agradecer pela incrível oportunidade de
participar da Meia Maratona do Espirito Santo.
A paisagem do percurso da corrida é inacreditável.
Saímos do Shopping Mestre Álvaro, na Serra, passando pela Praia de Camburi e
Praia do Canto, subindo a 3ª ponte em direção a Vila Velha, finalizando a
corrida no Shopping Praia da Costa.
Foram cerca de 1200 corredores. Os capixabas sempre
bem humorados, alegres, desafiadores, gentis. Os amigos corredores estavam
bastante cordiais uns com os outros, cumprimentando-se, incentivando os colegas
que encontravam pelo percurso e desejando uma boa corrida.
Logo depois da largada do Shopping Mestre Álvaro,
descemos a Avenida Norte Sul, passando em meio a um fragmento florestal ao lado
direito da pista até o quilômetro 3, onde o verde das árvores encontrou o azul
do mar.
A Praia de Camburi estava bastante alvoroçada às 8h
desse domingo. Juntamente com a Meia Maratona do Espirito Santo, as pessoas se
movimentaram para participar do Programa Medida Certa. No km 6, foi
possível avistar a Ilha do Soco. O movimento das águas na quebrando na praia, o
vai e vem do mar, o sol se projetando em estradas amarelas a se perder de vista,
a brisa beijando o rosto e acariciando os cabelos, o céu azul daquele azul que
a gente nunca mais esquece... o céu... a brisa... o sol... o mar... a vida se
acelerando a cada passada, o coração pulsando mais rápido, os pés querendo
criar asas...
Na orla da praia, da vontade de abrir as passadas;
correr parece brincadeira de criança. No km 7, atravessamos a ponte Camburí. Ao
lado direito da ponte, pequenas embarcações paradas pintavam as águas de
colorido, um jetsky passou embaixo da ponte, estendendo seu rastro espumante a
se perder de vista...
Seguimos pela avenida Saturnino de Brito, passando
pela praia do Canto, com uma extensão maior de areia, coqueiros espalhados,
estrutura de treinamento com quadras e campo, água mansa a acalmar o desejo de
voar que impulsionava cada passada.
O calor estava atordoante, os postos de hidratação
traziam o que havia de mais precioso: a ÁGUA que avidamente era bebida, molhava
a boca deixando uma sensação de alívio, de prazer, de alegria, reacendendo o
desejo de continuar, de ir mais rápido, de ir além - e tinha a água do mar, que
alimentava nossos olhos a cada passada! Ah! O mar... O mar nos deixou no km 9,
onde a Avenida dos Navegantes cortou trechos de casas, prédios, centros
comerciais, entrando na Rua Clóvis Machado para ter acesso à Rodovia ES 060, no
km 11.
Meu maior desafio: subir a 3ª Ponte. Claro que o
ritmo foi reduzido, mas a corrida não podia parar. Muitos colegas corredores
tiveram que fazer o percurso andando, uma vez que o trecho era um pouco
extenso. Foram cerca de 1,5 km de subida e, a cada metro, a visão ficava mais
estonteante!
Tinha momentos que o cansaço batia forte forçando
os olhos para o chão. Mas um amigo corredor que me acompanhou em todo o
percurso alertava: levante os olhos e veja a paisagem ao seu lado direito
- venha para mais perto da beirada da ponte e olhe esse cenário. Não existem
palavras para descrever o que vi, o que senti. Se meus corpo é limitado no
tempo e no espaço, meus pensamentos foram até onde meus olhos alcançaram e
seguiram além!
Uma sucessão de montanhas, de ilhas, águas a perder
de vista, o sol brincando nas nuvens, o ambiente natural entremeado pelas
construções humanas, um envolvendo o outro, um sonho de equilíbrio
humano-natural que ora parece possível, ora se esvai como a areia por entre os
dedos cai.
Parece possível uma convivência quando se olha , no
km 13, do lado direito da ponte, o Convento Nossa Senhora da Penha, no Morro da
Penha, construído em torno de 1558. A construção imponente, branca se destaca
no verde da Mata Atlântica: mãos justapostas ao Criador para agradecer por tão
impressionante obra-prima!
Como se fosse possível a vida ser brindada com mais
presentes de Alma, ao lado esquerdo da ponte, no Morro do Moreno, com 185
metros de altitude, praticantes de parapente plainavam no céu, como nos
saudando pela superação de nossos desafios.
Na descida da ponte, por cerca de 1,5 km, o
sentimento era mesmo esse: se consegui chegar até aqui, completar o percurso é
mais que uma possibilidade. A descida não foi muito abrupta, de modo que os
joelhos ficaram bem preservados de maiores impactos. A brisa envolvendo o corpo
cansado da subida impulsionava o desejo de acelerar um pouco, de abrir de novo
a passada, de recuperar o tempo reduzido no trecho anterior... os pés querendo
asas de novo.
Cruzamos Av. Carioca no km 15, entrando na Rua
Bahia, até ganhar a Avenida Antonio Gil Veloso - de volta a praia, no km 16, a
paisagem praiana nos acompanhou até o km 18, na Rua Gastão Roubach. Parecia que
se esticássemos a mão um pouco mais, seria possível alcançar a Ilha Peixoto,
Ilhas da Pedra da Sereia, da Tartaruga, da Monalisa, do Sapo... O mar que
envolvia as ilhas me envolvia com seu cheiro de mar, com sua cor de mar, com
seu sabor salgado de mar - a água doce que bebi se transubstanciava em mar
dentro de mim - tenho um mar, sou um mar imenso, infinito, profundo e
transpirava esse mar - a água salgado do meu mar interior escorrendo por minha
testa e tocando novamente os meus lábios - Ah! o mar - tantos mares...
Segui com o meu mar interior pela Rua Des. Augusto
Botelho, já no km 19, pegando um pedacinho da Rua Castelo Branco para cair na
Av. Hogo Musso e entrar na Rua Maranhão, passando pelo km 21: Reta final,
agora é só abrir a passada para atravessar bonito a linha de chegada, com 2h10!
Conheci amigos corredores super legais, como o
maratonista Luis que está ao meu lado. Ele deu dicas super importantes e me
manteve no mesmo ritmo o tempo todo. Não imagina que fosse possível - ao correr
- contemplar os pontos turísticos pelos lugares por onde iria passar e essa
possibilidade de contemplação me surpreendeu. As belezas naturais que vi, a
alegria do povo capixaba, o apoio das pessoas na rua incentivando os
maratonistas... foram momentos de grande satisfação.
Depois, para fechar o dia, descobri num lugarzinho
da praia do campo, o Wunder Bar Kaffe, onde comi uma deliciosa panqueca de
frango, regada a um chopp geladíssimo e muita, muita música boa com cerca de 20
músicos em incontáveis formações de bandas!
Essa foi minha experiência em uma primeira
meia-maratona - que seja a primeira de muitas, não é mesmo? Com toda a certeza,
jamais teria vivenciado esses momentos se não fosse pelos amigos da 4
Corredores. Muito obrigada!
Abraços
Elaine
Parabéns Elaine! Que seja a primeira de muitas mesmo!
ResponderExcluirAbraço,
Bruno