FLORIPA ...UMA MEIA MARATONA INESQUECÍVEL!

Em sua primeira edição, a Meia Maratona de Floripa organizada pela revista O2 levou cerca de seis mil corredores às ruas da capital catarinense. As belas paisagens naturais e o clima ameno foram alguns dos atrativos dessa prova realizada no dia 19 de junho, em Santa Catarina. Com largada às 7h40 aproximadamente, a prova contou, além do trajeto tradicional de 21 km (meu GPS apontou para 21,35 Km), com os percursos de 5 km e 10 km, levando cerca de seis mil corredores para à Beira Mar – Continental. O percurso quase todo plano e com pontos turísticos como pano de fundo foi muito elogiado e propiciou um ritmo bastante agradável aos participantes.
Embarcamos no dia 17 no aeroporto de Guarulhos e logo encontramos os amigos Ezequiel e Claudia na Pizza Hut em seguida foi a vez do amigo Nílson que por telefone nos localizou e por último os amigos Celso e Lucia. Para falar a verdade em razão de minha ânsia de logo chegar a Floripa apesar de meu vôo estar marcado para as 18h e 40min acabei chegando ao aeroporto por volta das 14h e 30min o que fez com que minha esposa Wilma ficasse bastante contrariada. Entretanto, para que isso não fosse um dissabor para ambos procurei de alguma compensá-la fazendo umas comprinhas básicas e ainda almoçando uma bela pizza hut Super Supreme e após uma sobremesa Mc Donalds Mc Flurry. Feito isso os ânimos se acalmaram. O vôo só saiu as 19h e 40min.

A viagem atrasou um pouco mas a vista aérea da ilha de Floripa a noite é uma coisa maravilhosa e compensou o dissabor! No hotel Íbis conseguimos ainda jantar um belo parmegiana o que fez com que eu tivesse pesadelos com o serviço e com meu chefe (sonhar com chefe pedindo serviço é osso!). No hotel ainda encontramos os amigos Donizete e Eulina que iriam correr 10 e 5Km respectivamente. Ana Paula e uma amiga chegariam no sábado pela manhã, porém ficariam hospedadas em outro hotel próximo.

Sábado pela manhã fomos buscar o Kit e o local era bastante distante e desta forma precisamos nos dirigir ao local de táxi.

Nesse momento encontramos novamente os amigos Ezequiel e Claudia que estavam hospedados no Hotel Faihal. Após algum contratempo decidimos por ir conhecer o bairro de Santo Antonio de Lisboa e parte do grupo não se interessou, sendo assim apenas eu e Wilma e os amigos Ezequiel e Claudia fomos.
Almoçamos em um restaurante bastante agradável (Pé no Chão se não estou equivocado) com vista para o mar e com uma comida muito gostosa e farta. Eu, Wilma e Claudia optamos por peixe com molho de camarão e um pirão sensacional e o Ezequiel optou por carne arroz e purê.

Após, seguindo orientação da rapaziada do local pegamos um ônibus que nos fez conhecer outros bairros e ainda nos deixou na porta do Shopping Iguatemi. É claro que as meninas adoraram e pudemos conferir na loja "Delicia de Sabor" deliciosos doces gaúchos. O amigo Ezequiel aproveitou de uma promoção em uma loja de esportes e comprou um par de tênis Mizuno.
À noite, após muitas tentativas durante o dia, conseguimos encontrar o amigo Gaúcho. Fomos a um bar no centro de nome “Absoluta”.

Entre uma cerveja e outra, e algo para comer do tipo escondidinho e sopa de caldo verde e muito papo, Gaúcho nos contou sua saga para chegar a Floripa. Havia saída de Porto Alegre as 6horas da manhã e chegará a Floripa as 18h. Seu vôo havia sido cancelado e ele foi encaixado em um vôo que viria a São Paulo (Guarulhos) só sendo remetido a Floripa no final da tarde em outro vôo. Que loucura! É preciso realmente querer muito estar com os amigos para fazer um negócio desses! A diversão era total. Combinamos então que a Wilma ficaria no Km 6 na orla para nos fotografar e ela assim o fez.
Ao final da noite marcamos para nos encontrar pela manhã. Eu como sempre muito ansioso marquei com Gaúcho em meu hotel as 5h e 30min para o café da manhã e ele pontualmente estava lá com muita dor de cabeça. Alegou que foi da cerveja tomada na noite anterior, mas acho mesmo que foi do desgaste da viagem e do repouso insatisfatório. Tomamos um café bastante moderado e um amigo de Jundiaí na mesa ao lado escutou as lamurias do Gaúcho e de imediato cedeu um analgésico que segundo Gaúcho foi a sua salvação. Bem é preciso dizer que o amigo Gaúcho me apareceu no Hotel vestindo regatas e o frio estava em torno de 12ºC. Isso me animou a tirar a camisa de manga comprida que havia colocado por baixo de minha camiseta. Logo, o restante do pessoal apareceu para o café da manhã e como havíamos combinado de irmos os 4 (eu, Gaúcho, Ezequiel e Claudia) de táxi não participamos do aluguel de uma van que o Celso havia arrumado.
Chegamos no local muito cedo, após acordar com um susto, os amigos Ezequiel e Claudia. Havíamos combinado de passar pelo Faihal as 6h e 30min, mas passamos bem mais cedo. Os táxis em frente ao nosso hotel começaram a debandar e eu e o Gaúcho ficamos com receio de ficar sem...sendo assim fomos mais cedo!
No local da largada o frio não chegava a ser intenso entretanto, incomodava um pouco.

Tiramos fotos e trocamos idéias a respeito de como seria a prova. Logo encontramos o resto da rapaziada, entretanto o frio incomodava um pouco e isso fez com que todos se movimentassem e dessa forma aos poucos fomos nos perdendo no meio da multidão.
Na largada ainda vi o Gaúcho e desejei boa sorte.

O percurso era muito bonito, entretanto, não era totalmente plano. Logo no Km2 apareceu uma subida no elevado que nos faria atravessar do continente para a ilha e comecei a sentir um pouco de dor na panturrilha. Vale lembrar que apesar do frio, mais uma vez, cometi um erro crucial, não alonguei nem aqueci. O incomodo foi aumentando entretanto sentia que estava muito bem. Estava 2min abaixo do que eu queria estar. No Km 8 passei com 46min quando minha previsão seria 48min. As dores aumentavam somente na perna direita e na panturrilha. A esquerda minha eterna preocupação dava conta do esforço sem nenhum sinal de dor. O joelho estava firme e confiante.
No Km 9 e meio, o amigo Celso passou por mim elogiando meu ritmo e não sei se por distração acho que fiz algo errado com relação a pisada e senti uma dor terrível como se estivesse pegando fogo em minha panturrilha. Tive de parar e por mais que alongasse a dor não passava. Não sei de onde surgiu um rapaz que me disse estar acompanhando meu ritmo e ter notado que eu pisava estranho e sendo assim havia pego um copo de água gelado para que eu jogasse em cima do músculo, assim poderia continuar. Eu estava muito abatido e pensando seriamente em abandonar, uma vez que não gosto de correr com dores. Entretanto a água "benta' fez com que eu voltasse aos poucos e novamente passei a sentir apenas um incomodo, e a cada posto de água sofria com a água gelada que eu jogava na coxa e que descia até a panturrilha. Por incrível que possa parecer pela primeira vez estava bem condicionado e não sentia cansaço, mas o corpo não dava conta. As peças pareciam cair pela orla linda de Floripa. No Km 15 encontrei Wilma bastante feliz e desejando um final surpreendente pois estava com um tempo bom segundo ela. Falou rapidamente que atrás de mim vinha muita gente e para que eu não desanimasse pois com certeza quebraria meu recorde pessoal.
Fui animado até o Km 19 quando vi em meu relógio que não daria mais para chegar antes das 2h. Cheguei com 1h e 55min e ainda faltavam aproximadamente 2Km ainda teria que atravessar para o continente e sendo assim havia um elevado a frente. A subida logo surgiu e as dores também aumentaram muito. Pensei que se não dá para chegar antes de 2h, não faz diferença chegar em 2h e 05min ou 2h e 20min, o importante seria chegar e assim foi. Lento porém ainda correndo percorri os últimos 2kms com muita garra. Fiz em 2h e 10min um bom tempo para um cara de 53 anos.
Na chegada muita confraternização com a rapaziada. Gaúcho completou em 1h e 40min, Ezequiel em 1h e 51min e Claudia em 1h e 59min já estavam por lá, preocupados com minha ausência, além do Celso que completou a prova em 1h e 59min. Donizete, completou em 1h e 05min e se dizia arrependido de ter corrido somente 10km e prometia na próxima estrear nos 21Km. Lucia e Eulina haviam corrido os 5Km completaram em 42min na boa e estavam muito satisfeitas com os tempos. Nílson chegou em seguida com o tempo de 2h e 42min muito feliz também por ter conseguido correr os 21Km pela primeira vez sem ter sentido problemas. Tamie a amiga da Ana Paula havia completado em 2h e 26min e estava radiante com seu feito. Ana Paula não correu por problemas na coluna.
Combinamos em seguida nos encontrar para almoçarmos no Restaurante Lindacap para comemorarmos nossa façanha. Senti muitas dores na perna e fui obrigado a tomar um relaxante muscular no aeroporto. Nada preocupante, quando cheguei a São Paulo, sentia apenas um grande incomodo que viria a sumir totalmente na quarta feira após minha aula de Pilates.

Queria ainda agradecer a minha filha Mariana e ao seu namorado Ricardo por terem ido nos buscar no aeroporto. À Wilma por tudo. Sem ela não sei o que seria de mim. Sou muito afoito e ela consegue me frear um pouco...entretanto, para fazer isso ela tem muito trabalho e as vezes se aborrece um pouco. Não consigo me imaginar correndo sem o seu apoio. É minha mais importante companhia nesses projetos malucos que faço!
Agora vamos a Belo Horizonte no dia 4 de dezembro e espero que seja tão agradável como foi Floripa. Já reservei o Hotel Formule 1 e estarei com certeza correndo na Pampulha pela primeira vez.
Um grande abraço no amigo Gaúcho que demonstrou ser uma pessoa muito especial e estará conosco com certeza em BH e nos amigos Celso, Donizete e Nílson que foram em busca de seus sonhos e acabaram ajudando muito a realizar o meu.

Ezequiel e Claudia foram amigos que sei estarão agora mais presente em minha vida e da Wilma, pois são pessoas excepcionais no que se refere a forma como pensam sobre amizade e ao sentimento de compartilhar.

Um grande abraço
Marildo Nascimento